O câncer de bexiga é um dos tumores mais comuns, sendo 3 vezes mais frequente nos homens que nas mulheres. A idade média para o diagnóstico é de 70 anos. Estima-se que 3,8% dos homens apresentarão câncer de bexiga ao longo da vida. O principal fator de risco para o desenvolvimento de câncer de bexiga é o tabagismo. Trata-se de tumor agressivo com mau prognóstico quando diagnosticado em fase tardia. E, mesmo quando o diagnóstico é precoce, há risco elevado de recorrência do tumor.
Em sua fase inicial, trata-se de doença silenciosa, cuja queixa principal é o sangramento na urina (hematúria) que pode ser visível ou aparecer no exame de urina. Sintomas irritativos na bexiga podem aparecer, como aumento da frequência urinária, necessidade de acordar à noite para urinar e dor ao urinar. Esses sintomas geralmente estão relacionados com tumores invasivos e mais agressivos.
Qualquer paciente com sintomas irritativos precisa ser investigado com ultrassonografia de pelve para avaliar a bexiga. Já na presença de hematúria, a investigação deve incluir tomografia computadorizada com contraste e fase excretora, além de exame endoscópico (avaliar por dentro da bexiga com uma câmera), em casos selecionados. O exame de imagem mais detalhado para avaliar a bexiga é a ressonância magnética de pelve.
Ao identificar qualquer nódulo vesical suspeito, há necessidade de realizar a ressecção transuretral de bexiga (RTUb) com objetivo de diagnóstico e tratamento inicial. A RTUb permite coletar material para avaliar a profundidade da invasão do câncer vesical. Caso seja superficial, a RTUb pode ser o tratamento definitivo associado ou não a terapia intravesical com BCG.
Se o tumor invadir a camada muscular da bexiga (tumor invasivo), o melhor tratamento com maior chance de cura é a cistectomia radical (retirada da bexiga). O procedimento pode ser realizado de forma convencional (cirurgia aberta) ou por robótica, com possível benefício em reduzir o sangramento na cirurgia e ter uma recuperação mais rápida no pós-operatório. Independente do tratamento, o câncer de bexiga necessita de um seguimento prolongado pelo risco de recidiva.