O cálculo renal, também conhecido como pedra nos rins, é um problema muito comum, que pode afetar até 15% dos indivíduos. Algumas substâncias na urina, como cálcio e oxalato, podem precipitar e se agrupar, formando cristais dentro do rim que gradativamente se transformam em um cálculo renal. Essas formações podem afetar a saúde do paciente, causando muita dor na região das costas ou na região lateral do abdome.
Uma das causas mais comuns na formação do cálculo renal é a baixa ingestão de água, o que facilita a formação e precipitação dos cristais na urina. Mas, o cálculo renal pode ter várias causas, como:
- Histórico familiar da doença;
- Alteração na excreção renal de algumas substâncias (hipercalciúria, hipocitratúria);
- Obesidade;
- Sedentarismo;
- Doenças intestinais inflamatórias ou cirurgias intestinais prévias;
- Ingestão de comidas com muito sal e proteínas.
Sintomas do cálculo renal
O principal sintoma do cálculo renal é a cólica renal, ou seja, uma dor que começa na região das costas e se estende para o abdome. Durante a crise de dor associada ao cálculo renal, o paciente pode apresentar episódios de náuseas e vômitos, além de apresentar sangue na urina (urina avermelhada ou exame de urina com sangue).
Quando o cálculo está próximo de ser eliminado, na proximidade da bexiga, o paciente pode apresentar desconforto ao urinar, idas frequentes ao banheiro ou sensação de estar sempre com a bexiga cheia. Quando o cálculo renal migra e provoca obstrução do ureter (tubo que conecta o rim com a bexiga), o paciente pode apresentar um quadro de infecção renal grave (pielonefrite obstrutiva), caracterizado por dor intensa e recorrente na região renal e febre alta. Se você já teve cálculo renal no passado ou está com qualquer um desses sintomas, você precisa ser investigado para avaliar a presença de pedra no rim. O diagnóstico precoce da doença permite acompanhamento adequado e cirurgia pouco invasiva, caso necessite de tratamento cirúrgico.
Diagnóstico e tratamento da doença
A história da dor e o exame físico permitem suspeitar do diagnóstico do cálculo renal. Mas, o diagnóstico definitivo e correto do cálculo renal deve ser feito por tomografia computadorizada do abdome total sem o uso de contraste intravenoso. Esse exame permite analisar com cuidado o número de cálculos, o tamanho e a sua localização precisa, auxiliando o médico a estabelecer um plano terapêutico correto. No caso de criança ou gestante com cálculo renal, a realização de ultrassonografia da via excretora por um profissional qualificado pode ser um exame de escolha para evitar a exposição à radiação na tomografia.
Exames de sangue e de urina podem ser úteis para identificar insuficiência renal ou um quadro de infecção associada ao cálculo. Além disso, um estudo metabólico (exames de sangue e coleta de urina de 24 horas) pode identificar alguns fatores que predispõem à formação de cálculo renal e que podem ser corrigidos com o uso de medicamentos.
Eu gostaria de reforçar que, infelizmente, quase 50% dos pacientes que apresentam um quadro de cálculo renal voltarão a ter novas crises em menos de 5 anos. Fazer o diagnóstico correto, corrigir os fatores de risco e realizar o exame de imagem periodicamente permitem identificar a recorrência do cálculo renal e evitar que isso possa trazer prejuízo para a saúde.
O tratamento dependerá das condições clínicas do paciente e do tamanho/localização do cálculo. Cálculo pequeno no rim (3-4mm), que não provoca nenhum tipo de dor, pode ser acompanhado por um urologista experiente sem necessidade de cirurgia. Se um cálculo pequeno estiver migrando pelo ureter, existe medicamento que pode facilitar a sua eliminação. Mas, cálculo renal ou ureteral maior que 5mm e qualquer cálculo que traz sofrimento intenso ao paciente deve ser tratado por meio de cirurgia.
Hoje a maioria dos cálculos renais pode ser tratada por meio de um procedimento cirúrgico chamado ureterorrenolitotripsia flexível a laser. Nesse procedimento minimamente invasivo (sem necessidade de nenhum corte no abdome), um aparelho chamado ureteroscópio (longo e fino, com câmera na ponta e um canal onde entra a fibra do laser) é introduzido pela uretra até o rim e o cálculo é fragmentado com laser sob visão direta. Geralmente o paciente pode receber alta hospitalar em 12-24 horas após o procedimento.
É importante ressaltar que não é recomendado que o paciente se automedique para aliviar a dor, mas utilize somente os medicamentos prescritos pelo médico. Além disso, ao perceber que a presença de sangue na urina e que as dores estão frequentes, procure um pronto-socorro com urgência.
Tratamento para cálculo renal em São Paulo
O Dr. Eder Nisi Ilario é urologista e uro-oncologista, atuando nas mais diversas áreas da urologia. É especialista em cirurgia robótica e atualmente é médico da divisão de Urologia do Hospital das Clínicas da FMUSP, atuando no grupo de Uro-Oncologia do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP). Durante a sua carreira como urologista, acumulou grande experiência no tratamento cirúrgico de cálculo renal e na prevenção de sua recorrência. Se você já teve cálculo renal no passado ou desconfia que pode estar no momento, agende uma consulta com o Dr. Eder Nisi Ilario para cuidar de sua saúde.