Urologia feminina: saiba como cuidamos da sua saúde!

Embora seja comum associar o urologista como médico do homem, nós também cuidamos da saúde feminina em diversas situações. Hoje escrevi essa matéria para explicar 7 situações em que o urologista é fundamental para cuidar da saúde feminina.

Conheça as principais áreas de atuação da urologia feminina

A infecção urinária é a infecção mais prevalente nos humanos, especialmente nas mulheres. Estima-se que 50% das mulheres terão, pelo menos, uma infecção na vida. Essa infecção pode afetar diversas faixas etárias, desde jovens até idosas.

Embora seja uma situação muito comum, muitas pessoas têm dúvidas sobre por que ocorre uma infecção urinária, como é feito seu diagnóstico, quais são os fatores de risco e o tratamento adequado. Elaborei uma matéria para responder às principais dúvidas das minhas pacientes. Se desejar, clique no link abaixo e saiba mais sobre esse assunto.

Algumas pacientes, infelizmente, podem evoluir para infecção urinária de repetição. Não é incomum ouvir das pacientes: “doutor, eu tenho infecção urinária o tempo todo, o que eu posso fazer para evitar?” Para tentar reduzir o risco, elaborei uma matéria que explica sobre infecção urinária de repetição e os métodos disponíveis para profilaxia. Se desejar saber mais, clique no link abaixo.

O cálculo renal ou nefrolitíase (pedra no rim) afeta, geralmente, pessoas de 30 a 60 anos, com uma incidência estimada de 10% nas mulheres e com uma tendência de elevação do número de casos entre a população feminina nos últimos anos. O principal sintoma relacionado ao cálculo é a dor em forma de cólica, isto é, aquela que intercala períodos de dor intensa com dor leve ou sem dor.

A migração do cálculo renal para o ureter (estrutura tubular que conecta o rim com a bexiga) é uma urgência na área de urologia. A obstrução urinária provocada pelo cálculo pode causar infecção urinária grave (conhecida como pielonefrite obstrutiva) ou danos permanentes no rim e dificultar o seu bom funcionamento.

Infelizmente, o cálculo renal tem uma tendência de recorrer. Até 50% dos pacientes que realizam o tratamento do cálculo podem apresentar novas crises em menos de 5 anos do diagnóstico inicial.

Por esse motivo, o tratamento correto do cálculo envolve 3 pilares:

1) Tratamento completo do cálculo renal, removendo-o completamente durante a cirurgia.

2) Investigação das possíveis causas da formação do cálculo (a investigação é conhecida como análise metabólica).

3) Exames de seguimento regular para detecção precoce e tratamento do cálculo enquanto ainda está pequeno.

Clique no link abaixo para saber mais sobre cálculo renal ou sobre o tratamento cirúrgico minimamente invasivo utilizado no tratamento do cálculo urinário.

As dificuldades miccionais são as queixas mais comuns na população masculina devido a problemas prostáticos, como hiperplasia ou neoplasia. No entanto, as mulheres também podem apresentar dificuldade miccional, como jato fraco, idas frequentes ao banheiro, noctúria (acordar diversas vezes à noite para urinar), sensação de esvaziamento incompleto, dificuldade de segurar a urina, entre outros sintomas.

A obesidade e o diabetes são as duas doenças que mais se associam com distúrbios miccionais. Entretanto, em algumas pacientes, o distúrbio miccional pode se manifestar como infecção urinária de repetição, principalmente devido à urina residual após a micção, que ocorre quando a paciente não consegue esvaziar completamente a bexiga. Portanto, se você tem infecções frequentes, procure um urologista para investigação detalhada e tratamento adequado.

A presença de sangue na urina (hematúria), sem dúvida, é motivo de preocupação. É uma condição relativamente comum nas mulheres, principalmente devido à possível associação do sangramento com infecção urinária. Dos pacientes que procuram o consultório do urologista, até 20% apresentam ou já apresentaram sangramento na urina como queixa.

A hematúria pode ser classificada como macroscópica (urina avermelhada, com sangue visível) ou microscópica (presença de sangue somente no exame de urina). A hematúria macroscópica significa maior quantidade de sangue na urina, e até 17% dessas pacientes são diagnosticadas com câncer de bexiga, ureter ou rim após a investigação detalhada. Mesmo na presença de hematúria microscópica, até 3% recebem o diagnóstico de câncer do trato urinário após a investigação.

A principal mensagem para todas as mulheres é que a presença de sangue na urina nem sempre é devida à infecção do trato urinário e, por isso, deve ser investigada detalhadamente. Atribuir a presença de sangue na urina como sendo somente “uma infecção de urina” pode retardar o diagnóstico de doenças que necessitam de tratamento mais específico.

Veja nessa matéria que escrevi sobre a investigação da hematúria.

Incontinência urinária é a incapacidade de segurar a urina de forma voluntária, acometendo mais frequentemente as mulheres após os 50 anos de idade. 

O canal da urina da mulher é mais curto, além de ter uma estrutura muscular mais frágil no assoalho pélvico, quando comparada aos homens, o que dificulta a contenção da urina, principalmente após as gestações e devido à flacidez muscular associada ao envelhecimento.

Existem dois tipos principais de incontinência urinária: de esforço ou de urgência.

A incontinência de esforço ocorre devido à fragilidade do esfíncter e à incapacidade de segurar a urina durante qualquer esforço físico, como atividade física, tosse, espirro ou dar risada.

No caso da incontinência de urgência, a contração involuntária da musculatura da bexiga provoca aumento súbito da pressão dentro da bexiga com perda involuntária da urina. Por isso, geralmente surge uma vontade incontrolável de urinar e a paciente acaba perdendo a urina antes de conseguir chegar ao banheiro. 

Existe também o tipo misto, que envolve os dois mecanismos.

É importante estabelecer um diagnóstico preciso, pois os tratamentos são distintos. A incontinência de esforço pode ser tratada com fisioterapia do assoalho pélvico ou cirurgia. Já a incontinência por urgência é tratada principalmente por meio do uso de medicamentos que relaxam a musculatura da bexiga.

Veja os detalhes relacionados a incontinência urinária aqui.

O prolapso genital nas mulheres é uma condição comum que ocorre quando os órgãos pélvicos, como a bexiga, o útero e o reto, deslocam-se de suas posições normais e descem para a vagina. Isso pode resultar em desconforto significativo e impactar negativamente a qualidade de vida das pacientes afetadas. O prolapso genital pode ser classificado em diferentes graus, variando desde um leve abaulamento até uma protrusão mais proeminente. Fatores de risco incluem o parto vaginal, envelhecimento, obesidade e fraqueza dos músculos pélvicos.

As queixas mais comuns associadas ao prolapso genital incluem sensação de uma “bola” ou protuberância na vagina, sensação de peso ou pressão na região pélvica, desconforto durante a relação sexual, incontinência urinária, além de dificuldades para esvaziar completamente a bexiga ou o intestino. Algumas mulheres também podem experimentar dor lombar ou na região abdominal baixa.

O tratamento preconizado pode variar, dependendo do grau do prolapso e do impacto dos sintomas. Em casos leves, medidas conservadoras, como fisioterapia para fortalecimento da musculatura pélvica, podem ser recomendadas. No entanto, em situações mais graves, intervenções cirúrgicas podem ser necessárias para colocar os órgãos pélvicos na posição correta. Existem várias abordagens cirúrgicas disponíveis, incluindo a utilização de telas ou malhas para reforçar os tecidos pélvicos enfraquecidos. Um diagnóstico correto e um planejamento cirúrgico individualizado são essenciais para o tratamento adequado.

O urologista trata o câncer de próstata, além dos tumores genitais masculinos, como pênis e testículos. Porém, o câncer de adrenal, rim, ureter e bexiga afetam ambos os sexos, com aumento da incidência nos últimos anos.

A queixa principal do câncer de ureter e bexiga é a hematúria, ou seja, sangramento na urina. No caso do rim, o mais comum atualmente é a descoberta incidental de nódulos renais em exames de check-up ou durante a investigação de outras queixas. Por isso, sempre que possível, faça anualmente seus exames de rotina.

Além de consultar regularmente um cardiologista e um ginecologista, também faça check-ups regulares com um urologista. A mensagem principal que eu gostaria de deixar é: não negligencie a presença de sangue na urina. Uma investigação detalhada e o diagnóstico precoce podem permitir um tratamento curativo do câncer e a preservação de órgãos importantes, como o rim, ureter e bexiga.

Urologista em São Paulo

O Dr. Eder Nisi Ilario é urologista formado pela USP e atua na área de uro-oncologia e tratamento minimamente invasivo, como cirurgia robótica, laparoscópica e endoscópica. Além disso, possui grande experiência na investigação e tratamento de doenças urológicas que podem acometer as mulheres.

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