A junção ureteropiélica (JUP) é a transição da pelve renal com o ureter, e é um local em que naturalmente se forma um funil, pois a pelve renal tem uma cavidade ampla e o ureter um diâmetro de 4-5mm. Algumas pessoas nascem com um estreitamento próximo desta transição chamada de JUP e, por esse motivo, a drenagem da urina fica comprometida, provocando uma dilatação da pelve renal. Isso pode provocar dor em cólica, que pode piorar quando ingere líquido, infecção urinária ou até perder a função do rim, caso não seja corrigido.
A estenose de JUP pode ser diagnosticada por meio de tomografia computadorizada e cintilografia renal com DTPA. A função renal de cada rim é mais bem avaliada na cintilografia renal com DMSA. Não há tratamento medicamentoso para estenose de JUP, portanto o único tratamento eficiente é a correção cirúrgica desta região de estreitamento, que é a realização da pieloplastia.
A cirurgia pode ser realizada sob anestesia geral, utilizando a técnica robótica ou laparoscópica. São realizadas algumas incisões pequenas no abdome onde são introduzidos instrumentos especiais e uma câmera de alta resolução. É realizada a dissecção do rim e do ureter, identificando com clareza a transição (JUP) onde existe o estreitamento. A cirurgia consiste basicamente em ressecar esta parte que está doente (estenose) e fazer a anastomose do ureter de bom aspecto com a pelve renal. A comunicação do ureter com a pelve renal deve ser ampla para reduzir o risco de recidiva da estenose. O paciente deve permanecer com um cateter siliconado fino, chamado duplo J, que permite uma cicatrização do local onde foi feita a anastomose. Depois de 4 a 6 semanas, esse duplo J é retirado.
O paciente permanece internado 48-72 horas em média. Por se tratar de procedimento pouco invasivo, apresenta uma boa evolução com pouca dor, permitindo retornar às atividades precocemente. O período de repouso deve seguir a orientação do cirurgião.
