O ureter tem um diâmetro de 4-5mm e um trajeto longo que vai do rim até a bexiga. Pode ocorrer estreitamento em qualquer local do ureter secundário a cálculo ureteral prévio, tratamento endoscópico de cálculo ureteral, radioterapia ou cirurgia abdominal prévias próximo do ureter. A extensão e o local do estreitamento definem as possibilidades terapêuticas, mas quando a estenose é próxima da bexiga, a melhor opção é anastomosar a porção do ureter saudável diretamente na bexiga. Essa técnica é conhecida como reimplante ureteral.
A cirurgia pode ser realizada sob anestesia geral, utilizando a técnica robótica ou laparoscópica. São realizadas algumas incisões pequenas no abdome, por onde são introduzidos instrumentos especiais e uma câmera de alta resolução. Na cirurgia, é identificado o ponto de estreitamento do ureter e o cirurgião avalia se a porção do ureter saudável pode alcançar a bexiga. Se for identificado que o ureter alcançará a bexiga, o ureter é seccionado na parte saudável onde não tem mais estreitamento e esse ureter saudável é anastomosado na bexiga. Assim a urina volta a drenar bem por esse novo caminho criado pelo cirurgião. Caso o ureter saudável não consiga chegar adequadamente na bexiga, existem técnicas como bexiga psóica – na qual se desvia lateralmente a bexiga, fixando-a no músculo psoas, assim o ureter consegue alcançá-la mais facilmente – ou boari flap – técnica na qual se utiliza um pedaço lateral da bexiga para criar um cone que é anastomosado no ureter. Ambas as técnicas permitem o reimplante ureteral mesmo que o ureter tenha ficado um pouco curto.
O paciente permanece internado, em média, por 2-3 dias. O paciente deve permanecer com um cateter siliconado fino, chamado duplo J, que permite uma cicatrização da anastomose. Depois de 4 a 6 semanas, esse duplo J é retirado. Como é um procedimento pouco invasivo, apresenta uma boa evolução com pouca dor, permitindo retorno precoce às atividades.